Valdivino e a história dos cosméticos

Professor goiano tornou-se empresário no Ceará e hoje comanda a Bio Seiva, presente em 17 estados brasileiros

O professor de História Valdivino Lopes Trindade sempre teve um sonho: usar o trabalho para aumentar os bens da família. Mas a trajetória de sucesso que começaria somente aos 33 anos de idade não estava escrita em nenhum dos livros que usava para lecionar nas escolas de Goiás, seu estado natal. Tanto não estava que Valdivino começou tudo errado e adquiriu uma dívida de R$ 21 mil, já na primeira tentativa de se tornar um empresário.

Isso foi em 1998, quando ele decidiu abrir uma fábrica de cosméticos: a fábrica que futuramente inspiraria a fundação da Bio Seiva, empresa de cosméticos que fatura hoje mais de R$ 2 milhões por ano. Antes de falar sobre isso, entretanto, vale folhear umas páginas atrás e contar o começo da história.

 Valdivino Trindade Lopes, ex-professor de  História, largou as salas de aula e investiu na carreira de empresário. Fotos: Divulgação

Valdivino era professor, como já se sabe, e foi por influência do cunhado, Benedito Astefânio, que conheceu o mercado de cosméticos. Encantado com o desenvolvimento dos negócios do parente, ele seguiu o exemplo e se tornou representante comercial do setor. A facilidade de comunicação e a identificação com o mercado logo lhe renderam tantos clientes em Goiás que foi preciso contratar um irmão e comprar mais um carro para fazer as distribuições. Em um ano e meio, os dois carros já não eram suficientes e um micro-ônibus foi adquirido.

E foi aí, com tantos clientes conquistados, que veio a ideia da primeira empresa. Mas, aberta sem o devido planejamento e por conseqüência também de um sócio pouco confiável, a fábrica de cosméticos durou pouco mais de três anos e não resistiu a uma dívida que começou em R$ 21 mil e chegou a quase R$ 1 milhão. Valdivino usou, então, o micro-ônibus para trabalhar no setor turístico, sem sucesso. E voltou a ser representante comercial de cosméticos.

Fortaleza e a Natura do Nordeste

Foi numa das viagens que fez a trabalho, como distribuidor, que o ex-professor de História conheceu a capital que abrigaria o seu negócio de sucesso. Valdivino percebeu em Fortaleza, no Ceará, um mercado aberto para o comércio de cosméticos e decidiu sair de Goiás, com toda a família. Nascia assim, já em março 2003, a Bio Seiva Cosmetics, montada em uma pequena casa alugada e fabricante de apenas dois produtos: um hidratante para os pés, mais conhecido como sara-pé, e um gel massageador.

A partir daí, a história mudou. Após três anos de atividades, já capitalizada, a Bio Seiva adquiriu uma sede própria e passou a investir em capacitação de pessoal, novos equipamentos e contratação de profissionais especializados, como o farmacêutico e bioquímico Antônio Brito e o engenheiro de produção Francismilton Teles.

Hoje, 20 funcionários, mais de 250 distribuidores e cerca de 2,5 mil consultores trabalham todos os dias para atingir uma meta: transformar a empresa em uma concorrente à altura da Natura, líder no mercado de cosméticos, fragrâncias e higiene pessoal, além do setor da venda direta. “Sempre digo a quem trabalha comigo: se eu não estiver vivo para ver a Bio Seiva concorrendo com a Natura, meus filhos verão”, faz questão de ressaltar Valdivino.

A linha de produção da Bio Seiva conta com 55 itens, entre cosméticos, perfumes e acessórios, tudo com produção inspirada na natureza e preços que variam entre R$ 6 e R$ 46. O faturamento anual ultrapassa os R$ 2 milhões. O carro-chefe, afirma o engenheiro de produção Francismilton Teles, são os sabonetes íntimos à base de aroeira, responsáveis por 25% das vendas. “Depois dos sabonetes, os queridinhos do público são os géis massageadores, produzidos com arnica, andiroba e sebo de carneiro”, diz.

Fonte:http://www.tendenciasemercado.com.br/gente-que-faz/valdivino-e-a-historia-dos-cosmeticos/